09 abril, 2010

[breve]

...

É-me estranho este rugir de ave no estômago.
É me estranho esta tendência para o declive, esta súbita vontade de estar de olhos fechados, 
este tempo, que pára e arranca, incerto.


Por isso ainda não te escrevi.


Por isso ainda guardo os trunfos breves de música e flores.

Por isso, por não saber o que dizer.


E por não saber, ainda, o que te dizer, acordarei de manhã cedo.

Acordarei para te descobrir, na maresia matinal dos pássaros

De todos os dias, ou na palma desta mão caminhante.

AlmaAzul

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