27 fevereiro, 2009

suprimindo


Pintura: The Nereide de Gaston Bussiere

Rebolei na terra húmida
Fui desejo de mulher
(Uma quer
A outra não quer)
Num copo bebido
Um cigarro qualquer
Fui dama despida
Silhueta Mulher
Rasguei a roupa da noite
Dando a uma qualquer
Um desejo
Perdido
Sem nem o ter
Fui mácula
Fui sangue
Nos dentes alado,
Transeuntes escuros
De braços dados
No negrume da noite
Seres imaculados
Nos bréus invicta
De alma perdida
Que nem Nereida
Fazendo fita
Fui Fim
Fui cegueira
E repovoei
A noite sem som
Com ventos carnais
Fui sede dos corpos
Promessas de
Nunca mais
Fui em ti
Eterna
De desejo e cólera
E existindo
Em corpo
Em alma
(A cada noite escura
Do teu desassossego)
Virgem Imaculada
Eu te precedo
E inexisto em ti
E em vós devotas
Filhas e Eva
E de Afrodite.
Salvé.
Salve copus
Divinos sedes.


Vanda Crosti
(alter-ego de L.C.)

3 comentários:

S-Kelly disse...

Muito bonito o poema!
Parece que me revejo em alguns planos citados...

Ps: tens um desafio lá na minha rua

Anónimo disse...

Lo sentimos, no resistir, que es grande. Increíble. Y es mi lengua.

Trio Colher de Pau disse...

BOM DIA!
Como eu entendo este poema-e como eu te entendo...