02 fevereiro, 2009

Como a memória de um sonho



Um dia tive um quadro na parede do fundo do meu quanto…

Um quadro que mais parecia uma janela para ela.

Ela morreu.

E há seguramente muita gente que ainda se lembre dela.

Alguns recordam apenas o quadro da parede do meu quarto junto ao rio.

Eu não sei se isto que sei é uma lembrança, uma recordação ou um simples pe(n/s)ar…

Agora não tenho quadros nas paredes do meu quarto.

Elas são todas brancas.

No meu quarto encontra-se apenas o óleo inacabado por falta de necessidade de uma janela para aqu(ela) margem.

Tem um barco, um lago, uma montanha e é feito em tons de azul e verde… tem o espaço para uma casa…

Não sei porque nunca o terminei…

Às vezes penso que um dia terei vontade de o terminar. Mas outros não…

O quadro tem muito a ver comigo, eu também não tenho casa a minha casa é qualquer barco, qualquer monte, qualquer lago, qualquer céu…

Poderei um dia ter uma casa, do lado d(e lá) do meu quadro… talvez um dia eu entro por aquela mancha branca e me torne eu mesma a casa. Ou uma Pedra!

E talvez um dia alguém como eu me coloque na parede do fundo do seu quarto e veja em mim uma jan(ela ).

Ou um barco azul, como o barco dos sonhos.



Imagem: "O interminável" - Oleo sobre tela - AlmaAzul
Texto: L.C.

2 comentários:

nina rizzi disse...

vc fica muito bem na prosa :)

e... J'aurai besoin...

mfc disse...

Gostei de ler e gostava de ter escrito esta coisa linda!