Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Ferreira Gullar
Auto-retrato claro-escuro
4 comentários:
Você é perfeita.
adoro o poema, somos uma totalidade e, às vezes, ok, concedo, muitas vezes, contradição!
Obrigada pelo exagero ticiana ;)
manhã, somos ums totalidade dual em constante contradição/oposição. ;)
***azuis
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