Não sei se eram barcos,
Versos ou beijos!
O que se soltava ondulante
Dos seus lábios…
Fonte pura daquela madrugada.
Eu disse barcos?
Barcos ou verso
Lembram ainda…
Ao deslizarem suavemente
Entre meus lábios...
E quando só
Serão versos?
Se poemas lembram ainda…
Quando na língua
Se enrolam na minha.
Ou serão só palavras?
Que lembram beijos
Quando escritos
Entre outras palavras…
Versos ou barcos de outro poema!
Alter-Ego: Vladimir Clearside
8 comentários:
Sublime a forma como este poema nasceu !! Beijinho :)
Parabéns, ouviste bem o som do mestre. Ajustaste o ouvido e debitaste o poema com o gosto da linfa primeira. Eugénio está bem vivo, nestas palavras.
Todos os dias encontro poetas na blogosfera.
Mas também há por aí escrevinhadores de versos.
Não é, obviamente, o teu caso.
frog, é verdade...esse é o fascínio e o medo que me ocupa.
Sylpha, obrigada.
manuel, aprendi com ele... nunca estarei perto disso... mas isso é irrelevante...serão diferentes trilhos. Contudo, o meu muito obrigada por ter entendido e pelas suas palavras :)
ajcm, obrigada... folgo saber.
Indigo mar
no corpo está o segredo
do prazer acumulado
são anos de enlevo
neste mar encapelado
levantam-se ondas
o barco afundado
o desejo em remoinho
ávido, aloucado
tão presente e vadio
na desabrida viagem
a alma perdida
na sôfrega voragem
na vastidão
no forte pulsar
do encantamento
daquele indigo mar
Maria Rebelo
Gosto do poema tem musica.
manh, obrigada e bem-vind@ a este país;)
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