20 agosto, 2009

Desatino

Escorrega-me a noite
Lenta pelos costados.
Aqui e além rompe
Um tremor de ave.

Não sei se aguardo
Ou, se parto
Em busca do silêncio
Tão restrito.

Onde te procuro?
Peito, ave, noite.


L.C.


4 comentários:

nina rizzi disse...

uau, mulher, belíssima composição poética. tou babando...

beijo.

algures numa serra disse...

"o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade."
José Luís Peixoto

mfc disse...

Somos sempre seres indecisos.

simplesmenteeu disse...

Sou "peito, ave, noite"...

o aconchego e o sonho. o riso e a madrugada. a noite que rompe o espanto. o tremor da ave que olha o infinito...

Bonitas as tuas palavras. Vou voltar.

Um beijo