09 junho, 2009

Fortes


...

Olhava distraidamente o mapa… Pensava naquela pequena povoação engolida pela sede de mar em nós.
Talvez por telepatia sincronizamos os nossos pensamentos.
Apoiado na bengala, o Sr. João, olhou-me amparando o antebraço no forte de S. Pedro, rente a mim.
Olhávamos atentamente o mar de cima, juntos…
Já não têm/tenho a força para o ver de perto. Lamenta-o/lamento-o.
Isto é o mais perto que a sua/minha alma pode estar da sua casa.
Construíram um outro forte insignificante e sem nome de santo, para saciar a sede de mar.
Separaram definitivamente a alma e a sua casa.

Desço para perto do mar. Para junto do forte sem nome. Vou saciar a minha sede de mar.
Olho para trás, pensando em me despedir… O Sr. João está de costas.
E de repente sinto-me como se tivesse sido eu carregasse às costas pedra por pedra todas as pedras da orla marítima, e naufragasse também eu na memória do Sr. João.

Já era um dos outros com o mapa na mão.

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