26 maio, 2009

[na memória subliminar ]


Não somos muitos. Nem sabemos ao certo o porquê das coisas. Não nos questionamos muito em relação a isso. Sabemos que é assim e aceitamo-lo com uma serenidade tão tranquila como um velho roble secular.

Não sabemos o porquê de sermos tão velhos. Sabemos apenas que vimos de um lugar tão antigo como o mundo. Que crescemos junto ao lago e que não somos muitos.

Cada vez que voltamos, voltamos a entregar-nos com a mesma calma de sempre. Somos diferentes, o que por vezes é mau, por vezes não o é…

Mas aceitamo-lo tão novos, a este caminho, que na força de criança que sabe que tem tudo pela sua frente, nos parece tão fácil, tão leve…

Recordo ainda com um sorriso esse último dia. A tranquilidade. Fazia 8 anos dentro de dois dias. E com toda a convicção da alma, não vacilei um só segundo, perante a tempestade de vento que me tentava derrubar a todo custo, e aceitei-o! Aceitei-o convictamente e deixei que o vento me incorporasse, voei alguns metros até repousar lentamente no solo de areia. Nunca mais gostei de areia… A areia nasceu muitos anos depois, nunca me identifiquei com esse sedimento da Terra com o passar dos anos.

Hoje, (às vezes penso como hoje), penso até quando o aceitarei. Não é fácil. Uma vez destas gostava de saber como é viver simplesmente. Viver na incerteza dos dias, sem conjecturas, sem peso, sem asas, num lugar menos Azul, menos imenso, menos seguro…

Mas vivo muito bem assim entre os nossos braços Todos, a nossa presença sempre certa nos baixios, as nossas coisas…

A certeza de nunca estar só. A ligação que nos faz sermos. Não saberia viver-me sem ela, se o penso.

E como me fez bem a tua presença na minha tempestade de vento hoje junto ao mar tão ausente, Fogo Preambular! Tenho crescido tanto na força da tua presença. Crescemos todos, tanto…

Abraço-Imenso.

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Imagem: AlmaAzul

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