23 abril, 2009

Onomatopéia da luz

Ao fundo, a música suspende-se, cortada brutalmente pelo brilho. Olhava o chão de madeira, castanho. Cortavam-no frinchas de luz azul deixando transparecer o brilho branco das águas irrequietas.

Conforme caminhava esta visualização, ora mais ou menos monótona, parecia produzir um ritmo: pa,pa,pa, paa, pa, pa... Ao que se juntava o ranger das tábuas corroídas pelo tempo: grec, him, he..., a ondulação a água de encontro as vigas: xhac, xhec, xu...

A luz marcava ininterruptamente o compasso: pa,pa,pa, paa, pa, pa...

O corpo parecia mover-se ao ritmo do cenário, em cima do passadiço de madeira, agitado uma ou outra vez por um coaxar mais forte de rã: craek, reack,…
Ao fundo, a música suspende-se, cortada brutalmente pelo brilho do sal: a luz!

Bap!

2 comentários:

S-Kelly disse...

Isso parece-me descrição de um sonho. Terá sido?? :-)
Que não falte a água, a luz (azul, pois então) e o sal, claro! O sal da vida!

nina rizzi disse...

ècran sourrealist. delicious.