Dói-me a tua ausência… dói-me o teu silêncio, a memória de ti…,do teu sorriso, o som do teu riso tão longínquo… Dói-me o respirar… O ar longe de ti é mais áspero, a vida é mais pesada... Dói-me não te ver, não te ler… Sufoca-me o vazio que deixaste em mim…
Gostava de não ter memórias de ti. De não ter tantas boas memórias de ti… Gostava de não me recordar dos teus olhos, das tuas mãos, do teu cabelo... Gostava de que as coisas em mim fossem assim como aparentam ser… Que a minha continuasse normalmente depois de ti, que eu continuasse com vontade de fazer cada coisa, com vontade de correr, de viver, de lutar…
Ás vezes penso que um dia isto passa… Mas outras, como hoje, a tua ausência, quase presente, chega a sufocar-me.!
….É quase Outono outra vez… Outubro não tarda.
Penso… devia ter cedido à tentação de entrar naquele mar Azul…, como fez metade de mim, naquele dia.
Hoje, sou só metade de mim… a outra ainda anda à deriva. E ninguém vai a lado nenhum aos bocados!
Será que...
Penso… devia ter cedido à tentação de entrar naquele mar Azul…, como fez metade de mim, naquele dia.
Hoje, sou só metade de mim… a outra ainda anda à deriva. E ninguém vai a lado nenhum aos bocados!
Será que...
Duas Amigas
Eram duas amigas desfolhando a sorte
Eram duas compinchas a tagarelar
Dispunham de tempo e espaço
O limite era o céu.
Eram duas amigas
Eram unha com carne
Semeando os gestos ao deus dará
Eram protagonistas nos retratos
Entre um decote mais ousado
E um golo de chá
Veio o ciúme, veio a paixão
Veio o ciúme, veio a paixão
Veio o abismo onde cai a razão
Vieram dias escuros cada vez mais iguais
Cada uma mais perto de ter a verdade na mão
Eram duas amigas
Entretendo o tempo, tecendo muros de papel
Eram duas comadres desconversando
Perdidas no traço fino
Entre o fel e o mel
Eram duas amigas
Ecoando ao fundo
No centro do Mundo, onde eu morei
Eram dois segundos de concentração
Vestidos de cores que eu nunca mais descreverei
Veio o silêncio ensurdecedor
Ainda há contacto mas não há calor
Quando as mãos ficam rijas e a alma se esconde
E fica entrincheirada
Entre o ódio e o amor
Entre o ódio e o amor
Jorge Palma
Foto de : Dana Maitec
9 comentários:
Sim, o mar é tentador, para nos perdermos , para perder o que nos faz sofrer, mas há uma parte de nós que resiste, que volta para terra e respira profundamente, respira profundamente.
Os cortes deixam-nos mais pobres, contudo os dias não param e há um hoje para ser vivido.
O ontem sempre nos marca e viverá connosco.
... e mais uma vez, fiquei a pensar ...
Bonito texto!!!
"Sufoca-me o vazio que deixaste em mim…"
ESte sufoco lembra-me algumas coisas, e ao ler o teu texto algo cortou-me a respiração!!
Boa!!! hehe!
Jorge Palma, grande cantor, grande poeta!! Esta música já conhecia...lembra-me amizades quase que perdidas!!
Um beijinho.
P.s. é verdade, se vieres À Madeira, avisa!! hehe!
E tu a dares-lhe com as metades!... A próxima vez que te apanhar, às metades, pelo mar, colo-tas!... :)
Ao Jorge podes pôr sempre, gosto de tudo, sempre!... ;)
(Caramba, tanto tempo - duas vezes "sempre" e na mesma frase!... :))
frog, crio que sim ;).
*azul
manhã,...e sufoca também profundamente... aqui.
***azuis
mcf, mais porbres...mais vazios mas mais ricos em conhecimento... penso eu.
*azul :)
chocolover, não basta ficares a pensar que ainda me pois a mim a pensar em que pensar! ;)
*azul
natalie, brigada. E sim quando eu passar por aí eu digo alguma coisa ;).
***azuis
sotavento, até deves conseguir apanhar que a perdi aí para os teus lados :lol:
E já agora, é a "metade igual", mas só se vê aqui, por isso parece maior aqui ;).
Isso é que é gostar dele sempre/sempre, srsrsrs....
*azul
O texto está lindíssimo, como é difícil esquecer as pessoas de quem só temos boas recordações... A vida é assim mesmo, mas nunca devemos fracassar, devemos ver sempre as coisas da melhor maneira possível não nos prejudicando nem prejudicando os outros. Um beijo!
cláudia, sim é verdade...
***azuis
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