[da lembrança]

Sabes, ainda sinto as tuas mãos frias, no meu rosto

A deslizares suavemente na minha pele.

Basta-me fechar os olhos e tu ainda estas aqui.

A minha respiração altera-se. Agora. Ainda!

 Cada pestanejar é ainda um flash de ti.

E eu ainda tremo a cada segundo de memória.

O meu corpo todo ainda anseia pelos lábios

que se adivinham…o toque, o cheiro… o som.

O som da voz tentando dizer algo embargado,

quando o silêncio teve palavras suficientes:

palavras, pedidos, anseios, dúvidas, sentidos,

sentires, embargos, desejos… quereres.

Deixei-os todos nas mochilas cinzentas

do quadro da parede onde me refugiei.

Podes sempre lá encontra-los

E muito mais, muito mais de mim

que será em ti.

(ou em nós).

LC