Foto: "Pods", Karin Rosenthal
Respira. Um corpo horizontal
Tangível, respira.
Um corpo nu, divino,
Respira, ondula, infatigável.
Amorosamente toco o que resta dos deuses.
As mãos seguem a inclinação
Do peito e tremem,
Pesadas de desejo.
Um rio interior aguarda.
Aguarda um relâmpago,
Um raio de sol,
Outro corpo.
Se encosto o ouvido a sua nudez,
Uma música sobe,
Ergue-se do sangue,
Prolonga outra música.
Tangível, respira.
Um corpo nu, divino,
Respira, ondula, infatigável.
Amorosamente toco o que resta dos deuses.
As mãos seguem a inclinação
Do peito e tremem,
Pesadas de desejo.
Um rio interior aguarda.
Aguarda um relâmpago,
Um raio de sol,
Outro corpo.
Se encosto o ouvido a sua nudez,
Uma música sobe,
Ergue-se do sangue,
Prolonga outra música.
Um novo corpo nasce,
Nasce dessa música que não cessa,
Desse bosque rumoroso de luz,
Debaixo do meu corpo desvelado.
Eugénio de Andrade
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