Não tenho mais palavras,
Gastei-as a negar-te…
(só a negar-te eu pude combater
O terror de te ver
Em toda a parte.)
Fosse qual fosse o chão da caminhada,
Era certa a meu lado
A divina presença impertinente
Do teu vulto calado
E Paciente…
E lutei, como luta um solitário
Quando alguém lhe perturba a solidão.
Fechado num ouriço de recusas,
Soltei a voz, a arma que tu não usas,
Sempre silencioso na agressão.
Mas o tempo moeu na sua mó
O joio amargo do que te dizia…
Agora somos dois Obstinados,
Mudos e malogrados,
Que apenas vão a par na teimosia.
Miguel Torga in câmara ardente (1962)
Gastei-as a negar-te…
(só a negar-te eu pude combater
O terror de te ver
Em toda a parte.)
Fosse qual fosse o chão da caminhada,
Era certa a meu lado
A divina presença impertinente
Do teu vulto calado
E Paciente…
E lutei, como luta um solitário
Quando alguém lhe perturba a solidão.
Fechado num ouriço de recusas,
Soltei a voz, a arma que tu não usas,
Sempre silencioso na agressão.
Mas o tempo moeu na sua mó
O joio amargo do que te dizia…
Agora somos dois Obstinados,
Mudos e malogrados,
Que apenas vão a par na teimosia.
Miguel Torga in câmara ardente (1962)
autor desconhecido
5 comentários:
Fala-me mas não me digas se não souberes dizer o que te custa ouvir. Não me toques se não fores capaz de me sentir. Não me peças se não souberes aceitar e dar. Não me sigas se não me puderes seguir e...não me ames se não aprenderes a amar. Ocorreram-me estas palavras ao ler este desfecho :) Beijinhos e bom fim de semana
sylpha, ainda bem que ocorreram, pela sua beleza. Obrigada por as compartilhares connosco. ***azuis e bom fim-de-semana também pra ti.:)
Concordo frog :)
Beijo-azul e bom fim-de-semana também pra ti :)
gosto sempre de reler o poeta trasmontano...
muito bem escolhido!!
carmuue, também gosto...acho que é uam questão de sangue lol
Bem-vind@
Enviar um comentário